Como pode Deus ser justo e misericordioso ao mesmo tempo? Se Ele é justo, pune o culpado, de forma merecida, pelo crime cometido. Se é misericordioso, deixa de punir o transgressor pelo erro efetuado. Isso não seria uma contradição?
Tudo se resolve na cruz. Naquela cruz horrenda, através da qual Deus nos perdoou.
Na ponta de cima: a justiça de Deus, recaindo sobre um homem, que deveria ser eu e você. Essa justiça é implacável, imparcial, indelével. Deus derrama a Sua ira contra o pecado, punindo Aquele que não cometeu crime nenhum, mas que assumiu os nossos. Quem observa essa ponta da cruz, vê espinhos e sangue... Vê uma cabeça baixa, dizendo:
– Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
Na ponta direita: a misericórdia de Deus. Passando de geração a geração... Renovando-se todo dia... É a causa de não sermos consumidos. É a nossa absolvição. Com a mesma mão que sofre nessa ponta, o Supremo Juiz bate o martelo e nos considera inocentes. O preço foi pago por outro. Pelo Seu próprio Filho. Quem observa essa ponta da cruz, ouve Cristo dizendo:
– Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem...
Na ponta esquerda: a graça de Deus. Assim como a canhota de quem é destro, pouco reconhecida e aplicada. O homem prefere a sua mão de trabalho, as suas próprias obras. Mas a graça de Deus nos oferta, através de Jesus, o que nunca conseguiríamos por nós mesmos: a vida eterna! Quem observa essa ponta da cruz, ouve Cristo dizendo:
– Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso!
Na ponta de baixo: os nossos pecados. Enterrados. Apagados. Ninguém os vê. Foram cobertos pelo sangue que escorreu na cruz. Cobertos pelo sangue precioso de Jesus! Quem busca essa ponta da cruz, ouve Cristo dizendo:
– Está consumado!
No centro da cruz: um coração. Batendo cansado, ferido. Ainda batendo... Esse coração é a razão daquela cruz. É o abraço da justiça, da misericórdia e da graça de Deus.
Nesse coração pulsa o AMOR. Muito amor! Amor profundo! Amor eterno! Amor que não olha para as nossas falhas, mas dá a vida por conta delas. Quem crê nesse coração, tem a vida eterna. E sente Cristo dizendo:
– Como o Pai me amou, Eu também vos amei; permanecei no Meu amor.
Pablo Bernardes
(01/08/2012)
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