sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O Advogado das Causas Impossíveis

Certa tarde, num imponente escritório de advocacia, chega um homem desesperado:
– Doutor, eu preciso da sua ajuda. Matei minha mulher! A gente estava brigando muito... Ela me tirou do sério... Fiz besteira.
Após alguns dias analisando o processo, o advogado, famoso no país pelos casos difíceis que reverte, propôs ao novo cliente:
– Minha equipe descobriu alguns visitantes no seu prédio na noite do crime. Vamos alegar, com base em indícios deixados e provas forjadas, que a sua esposa foi assassinada por outra pessoa.
Algum tempo passou e, descartada a inocência do marido, o advogado propôs nova solução:
– Vamos dizer, então, que o crime foi passional. Preciso de tudo que demonstre o quanto você amava sua mulher... Além disso, vamos alegar que ela estava tendo um caso extraconjugal. Quero informações sobre ex-namorados e colegas de trabalho dela.
Mais uma vez, a estratégia falhou. Na empresa da esposa, só trabalhavam mulheres, e o único ex-namorado dela já tinha morrido.
– Bem... – disse o advogado, preocupado – o que nos resta é enfocarmos o seu estado psicológico naqueles dias... pressões no trabalho, problemas de saúde, dificuldades financeiras... vamos pensar... preciso dos seus últimos atestados médicos, do nome das medicações que você vem usando, da relação das suas horas extras...
Por fim, graças à perspicácia daquele homem da lei, seu cliente americano escapou da pena de morte e teve o castigo reduzido a poucos anos de prisão.



Não foi assim comigo. Segundo a Palavra de Deus, Jesus – o Advogado Fiel – agiu de forma diferente1.

*          *          *          *         *

Certa tarde, cheguei desesperado ao Seu escritório.
– Sr. Jesus, eu preciso da Sua ajuda. Pequei contra Deus! Já menti muitas vezes, já desejei o mal do próximo, já destratei amigos, já julguei tantas pessoas... Fiz besteira.
Sem precisar de alguns dias para analisar o processo, o Advogado Jesus – famoso em todo o mundo pelos casos impossíveis que reverte – disse:
– Seu problema é grave. Pela lei de Deus, basta cometer um só pecado que você se torna culpado de todos2... e as iniquidades do homem fazem separação entre ele e Deus3. Sabe qual o salário do pecado, segundo a Bíblia?
– Qual? – perguntei amedrontado.
A morte4! – respondeu o Advogado, seguramente.
            – Mas a Lei de Deus é tão severa assim?
           Deus é tão santo e puro que não pode contemplar mal nenhum5, diz a Escritura sagrada.
            – Estou perdido então6... – concluí, desalentado.
          – Sim, está... – afirmou o Advogado fiel. – Mas eu conheço uma solução. A única7! E posso ajudá-lo. Você só precisa confiar profundamente em Mim8.
           Sem nenhuma outra opção – já que tudo de bom que eu fiz ou fizesse não apagaria a minha culpa perante Deus9 –, resolvi entregar meus cuidados àquele Advogado. Resolvi confiar a minha vida e o meu futuro a Ele10.




*          *          *          *          *

            Enfim, chegou o dia do julgamento. Na frente, Deus: o Justo Juiz11. Do lado: o meu Advogado. A primeira pergunta de Deus foi simples e direta:
            – Você cometeu esses crimes?
          Antes que eu respondesse, meu Advogado pediu a palavra e afirmou:
            – Sim, meu cliente é totalmente culpado. Ele cometeu esses crimes e muitos outros.
          Calei-me extasiado! Afinal, o que aquele advogado queria? Me ferrar?
       – Há algum dado que abrande o que ele fez? – continuou o misericordioso Deus12.
            – Nada! Ele é totalmente culpado – ratificou meu defensor.



            Então o Juiz abriu a Lei Maior e recitou: “a alma que pecar, essa morrerá13.” Baseando na Sua Palavra, que nunca pode falhar14, decretou a minha sentença: PENA DE MORTE15.

*          *          *          *          *

            Abaixei a cabeça, incrivelmente desiludido... enxergando de perto as consequências dos meus erros16. Nessa hora, meu Advogado colocou a mão no meu ombro e cochichou:
            – Você ainda confia em Mim?
         Levantei a fronte e fitei o Seu olhar: estava muito tranquilo... Parecia saber o que estava fazendo. Então lembrei que Ele era o Advogado das causas impossíveis... aquelas que ninguém pode resolver. Por isso, derramei-me sinceramente a Ele:
            – Confio sim! O Sr. é a minha luz, a minha salvação17! O Sr. é a minha esperança18! É tudo o que eu tenho19! É a minha única chance de viver20!
            Ele sorriu e pediu a palavra novamente ao atencioso Juiz:
          – Caro Meritíssimo, venho nesse momento não só reafirmar a culpa do meu cliente, mas também fazer ao Senhor um pedido: que toda a culpa dele recaia sobre Mim21.
          Silêncio no tribunal. A plateia, que se achava satisfeita com a minha condenação, calou-se de repente. Arregalei os olhos, sem acreditar...
          – Por que você está fazendo isso? – perguntou ao Advogado o onisciente Juiz22, com jeito de Quem já sabia a resposta.
            Simplesmente porque Eu amo demais o meu cliente23!
            – Não!!! – gritei. – o Sr. não pode fazer isso... O Sr. não merece...! O Sr. não fez nada de errado24!
            – Eu sei, querido amigo... é um sacrifício voluntário25!
      Comecei a chorar, inundado de profunda gratidão, enquanto o Advogado recebia a condenação de morte no meu lugar26!
           – Este é o Meu Filho amado, em Quem tenho prazer27! – disse o gracioso Juiz28 ao final, olhando para Jesus.

*          *          *          *          *

           Dias depois, a execução foi feita29. O meu Advogado recebeu sobre Si o castigo merecido pelos pecados que eu cometi30.




             Ele foi crucificado como um criminoso31! A justiça foi feita... E eu, inocentado. Nenhuma condenação mais existe sobre mim32. Todos os meus crimes-pecados foram pagos por Ele33. Um gesto de sacrifício planejado pelo Juiz Pai34 e voluntariamente recebido pelo Filho Jesus35. Um gesto de perdão36... De bondade37... De misericórdia38... De graça39... Um gesto, sobretudo, de profundo amor40!! Não há outra explicação.

          

                                     Pablo Bernardes



Referências bíblicas que embasam o texto:

1) 1 João 2.1-2; Jó 16.19
2) Tiago 2.10; Romanos 5.12; Salmo 51.5
3) Isaías 59.2; Romanos 8.7
4) Romanos 6.23; Romanos 7.9 e 13
5) Habacuque 1.13a; Jó 15.15; Isaías 6.3; Salmos 76.13 e 145.13
6) Romanos 7.24
7) João 14.6; Lucas 19.10
8) Salmo 56.3
9) Romanos 3.28 e 5.1
10) Salmos 28.7 e 55.22
11) Salmos 11.7 e 75.7; 2 Timóteo 4.8
12) Salmo 136.1
13) Ezequiel 18.4c e 18.20a
14) Salmo 119.89 e 160
15) Ezequiel 18.26; Romanos 5.12 e 8.6
16) Salmo 32.3-4
17) Salmos 27.1 e 62.6; João 12.46
18) Salmos 39.7, 62.5 e 71.5
19) João 15.5
20) 1 João 5.12; Salmo 54.4; Efésios 2.1-5
21) Isaías 53.12; 2 Coríntios 5.21
22) Salmo 94.11; Salmo 139
23) João 13.34 e 15.9; Jeremias 31.3
24) 1 Pedro 2.22; Isaías 53.9; Salmo 92.15
25) Filipenses 2.5-11
26) 1 Pedro 3.18; 2 Coríntios 5.14
27) Mateus 3.17
28) Romanos 5.20
29) Mateus 27.26
30) Isaías 53.4-6
31) Marcos 15.27
32) Romanos 8.1
33) Mateus 18.23-35; Colossenses 2.13-15
34) João 3.16; Romanos 5.8 e 8.32
35) João 10.11-18; Mateus 20.28
36) Salmos 25.18 e 130.4; 1 João 1.9
37) Salmos 118.1, 116.12
38) Salmos 32.10, 103.8-11 e 117.2
39) Salmos 63.3 e 90.17
40) Romanos 8.38-39

sábado, 2 de fevereiro de 2013

A Realidade do Céu

             Era uma sexta à tarde, quase fim do dia. Na frente da sala, a professora tentava, com gestos e palavras, prender a atenção da turma.
          – Ei, você aí do fundão, por que não olha pro quadro? Por acaso a aula é na janela?
         – Desculpa, professora... Estou aqui imaginando: se esse céu que vejo é tão bonito, como deve ser aquele onde vou morar...!
          – Tá bom... – riu, ironicamente, a docente. – Não perca tempo com essas bobagens...
           – Bobagens? – continuou o aluno.
          – Não sejam inocentes, meninos... Isso é apenas invenção de alguns homens pra manipularem outros e pra que soframos menos.
            – Qual a verdade então? – perguntou uma colega.
        – A verdade é que nascemos da mãe natureza, crescemos, nos reproduzimos e, se tivermos sorte, morremos velhos. Depois disso, somos apenas história...
          – Triste história... hein, professora – interrompeu outra aluna. – Sem esperanças, sem sonhos, sem fé... Se é desse jeito, pra que cantar, semear, sorrir? Pra que escolher o bom caminho, lutar por algo, amar alguém? O que vale a pena afinal, se logo tudo acabará pra todos nós?

*          *          *          *          *

          Houve um homem na Galileia que não pensava assim. Jesus afirmava enfaticamente que era o Filho de Deus1 e que morara com o Pai antes de vir à Terra2. Ao falar sobre o Céu, chamou-o de Paraíso3! Mais do que isso, prometeu que, após a Sua morte, voltaria para lá a fim de preparar lugar para muitos4.
            Será que Jesus estava enganado, nos enganando ou Ele sabia do que falava? Será que o Céu é real de fato? O que mais a Bíblia diz sobre ele?
            Pouca coisa. Ela afirma que o Céu é a habitação de Deus5, o local onde Ele tem o Seu trono6 e onde os anjos O adoram7!
  A Bíblia também descreve uma cidade – chamada de Nova Jerusalém –, que descerá do Céu, da parte de Deus, para ser a habitação do Seu povo no futuro8. Segundo o livro de Apocalipse, nessa cidade não haverá choro, nem luto, nem morte, nem maldição, nem dor9. O Sol que a iluminará será a glória do próprio Deus10, e nela jamais penetrará pecado algum11. Nessa cidade, Deus reinará junto de Cristo pelos séculos dos séculos12.


            

            Qual a confiabilidade dessas descrições? Como não nos iludirmos? Será que podemos provar essas informações?
            Felizmente não. Deus as reservou para o exercício da fé13. A confiabilidade está na Sua palavra e na palavra do Seu Filho – as quais nunca falharam14. Se vemos os nossos pecados e reconhecemos que SOMENTE através da fé na morte e ressurreição do Salvador Jesus podemos ser levados a Deus novamente, então nasce no nosso peito uma certeza escandalosa de que estaremos com Ele um dia nesse lugar prometido15.




          Segundo o apóstolo Pedro, essa herança incorruptível está reservada no Céu para aqueles que temem ao SENHOR16. Segundo o apóstolo Paulo, jamais penetrou no coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que O amam17.
Então, não há como descrevermos o Céu com os adjetivos que aprendemos na Terra. Não há como compararmos as belezas do Céu com o que admiramos na Terra. Só há como desejarmos o Céu com o coração que temos na Terra18. Esse coração precisa estar regenerado pelo Pai19, conectado ao do Filho20 e habitado pelo Espírito Santo21.
O segredo? Apenas fé22. O futuro? Maravilhoso!!





                                     Pablo Bernardes


Referências bíblicas que embasam o texto:

1) Mateus 11.27; João 5.19 e 8.36
2) João 17.5
3) Lucas 23.43
4) João 14.2-3
5) Deuteronômio 26.15
6) Salmos 11.4 e 103.19; Isaías 66.1
7) Salmos 103.20 e 148.2; Isaías 6.1-3
8) Apocalipse 21.2-3
9) Apocalipse 21.4 e 22.3
10) Apocalipse 21.23 e 22.5
11) Apocalipse 21.27
12) Apocalipse 22.3-4
13) João 14.1
14) Isaías 40.8; Mateus 5.18
15) João 3.16, 5.24 e 6.40
16) 1 Pedro 1.3-5
17) 1 Coríntios 2.9
18) Filipenses 1.23
19) 1 Pedro 1.3
20) João 8.31-32; 10.26-27; 12.26; 15.3-4
21) João 14.17; Romanos 8.9-11
22) Romanos 3.28; 5.1-2